29 de novembro de 2010

Contagem Regressiva

Era escritor. Fazia ideias e palavras. Fazia situações e ocasiões. Fazia brigas e pazes. Fazia sexo e amor. Fazia paixões e devaneios. Fazia amantes e namorados. Fazia beijos e abraços. Fazia companhia e solidão. Fazia gritos e gemidos. Fazia sonhos e pesadelos.

Era escritor. Fazia ruas e cidades. Fazia mundos e quartos. Fazia bares e universos. Fazia apartamentos e corredores. Fazia pontes e edifícios. Fazia praias e campos. Fazia montanhas e túneis. Fazia planetas e galáxias. Fazia quintais e varandas.

Era escritor. Fazia pessoas e personagens. Fazia jovens e velhos. Fazia homens e mulheres. Fazia crianças e adultos. Fazia apaixonados e desesperados. Fazia solitários e notívagos. Fazia feridos e sobreviventes.

Era escritor. Fazia contos e poemas. Fazia crônicas e romances. Fazia frases e parágrafos. Fazia preces e declarações. Fazia linhas e sentenças. Fazia cartas e orações.

Era escritor. Fazia sonhos e ilusões. Fazia vida e morte. Fazia encontros e desencontros. Fazia paz e guerra. Fazia tudo e nada.

Era escritor. Fazia rir e chorar. Fazia pensar e sentir. Fazia lamentar e sofrer. Fazia refletir e viver.

Era escritor. Fazia fins e inícios. Fazia perguntas e respostas. Fazia vírgulas e pontos.

Era escritor. Fazia graça e choro. Fazia alegria e dor.

Era escritor. Fazia textos.

Era ninguém.

7 leitores:

Elaine Brunialti disse...

ei adoro textos assim ... essa coisa meio mantrica de algumas palavras.. ás vezes me arrico...
parabéns!

Anônimo disse...

Era ninguém? Não concordo. De tanto fazer era alguém,pelo menos alguém indispensável aos que sem uma boa leitura não conseguiriam sobreviver. :P

Bia Nascimento disse...

Não concordo com esse ninguém no final do texto. Como alguém com tantos sentimentos e imaginação poderia ser simplesmente ninguém?

Varotto disse...

Era como a pessoa que após ter um filho, fica impessoal, e passar a ser somente o pai do fulaninho...

Tyler Bazz disse...

Será que era ninguém?
Em ser escritor, "ser" é a parte mais importante.

Leandro disse...

sugestão de novo final;

Era um ninguém que tinha uma chance de ser alguém, ao menos para a historia.

Marina disse...

Ser ninguém e ser todos ao mesmo tempo. E nunca escolheu essa vida.

 

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